Neste momento, interrogo-me sobre a postura e percepção de quem é envolvido ou se envolve num processo de alienação parental. Claro, que dependendo do grau de conflito ou gravidade, ou do ponto em que se encontra essa campanha do alienador, variam os intervenientes, variam os humores, variam os impactos sobre as crianças. Mas vou referir-me aos casos mais dramáticos, aos que causam mais impacto, não só com danos nos relacionamentos, mas danos na saúde, danos financeiros, danos sociais ...
O Alienador
Começo pelo alienador, cuja caracterização emocional e equilíbrio mental pode ser padronizada e está já reconhecida em algumas categorias de distúrbios psíquicos, como:
- Transtorno de Personalidade Borderline (instabilidade de humor com irritabilidade ou ansiedade, sentimentos crónicos de vazio, raiva intensa e inadequada, comportamentos ou gestos auto-mutilantes recorrentes ou mesmo suicidas, impulsividade em várias áreas prejudiciais a si mesmo com gastos, abuso de comida, álcool, drogas ou outras imprudências, relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, ...);
- Personalidade Paranóide (traços de desconfiança, falsidade de julgamento, orgulho, indiferença, certeza de ter razão, desprezo pela exploração dos outros, rigidez, intolerância, atitudes megalómanas, sentimento de perseguição, atitudes litigantes, exagerados nas dificuldades, com ausência de culpa, ...);
- Personalidade Histriónica (sedutores, procura incessante de atenção, excessiva emocionalidade e teatralidade, gritando ou fingindo doenças, baixa tolerância à frustração, procuram frequentemente novos estímulos, fogem da rotina, procuram contactos sociais, aprovação e elogios, egocentrismo, discurso impressionista, ...);
- Personalidade Narcísica (baseada na grandeza de si próprio, em comportamentos ou fantasias exageradas, auto-estima instável, hipersensibilidade à crítica, falta de empatia, procuram o poder, a beleza e a admiração e elogios dos outros, depressivos quando contrariados com dificuldades, ...)
Perante a existência de algumas das anteriores características podemos afirmar que não é fácil lidar com um alienador, tentando chamá-lo/a à razão ou apelando à sua empatia, mais que não seja, pelos filhos.
Estudos revelam que tais comportamentos ou desequilíbrios de personalidade são resultado de traumas ou vivências replicados, o que corrobora com o facto de a aprendizagem de comportamentos ser mais influente do que propensão genética.